A Coligação Nova Geração defende que, com a reabilitação do espaço onde funcionava a antiga Escola da Armada, em Vila Franca de Xira, é fundamental a reativação do apeadeiro da Quinta das Torres, desativado em 2009. A antiga Escola da Armada foi comprada pela autarquia em 2018, por oito milhões de euros, e nela será construído um novo Palácio da Justiça.

No entanto, conforme sublinhou o presidente da autarquia vila-franquense, Fernando Paulo Ferreira, a construção deste novo Palácio da Justiça não irá acabar com o atual tribunal, situado na sede de concelho. Segundo o autarca, o novo Palácio da Justiça vai servir toda a região a norte de Lisboa, e vai fazer com que já não seja necessária a deslocação até Loures, uma vez que vai permitir centralizar todos os departamentos, acrescentando ainda que o espaço vai contar outros serviços para além do tribunal. Contudo, Fernando Paulo Ferreira ainda não avançou com uma data para o início da construção do novo tribunal.

A oposição defende ainda que a autarquia deve incluir um espaço dedicado ao ensino superior, assim como espaços de co-working e de formação profissional junto ao novo tribunal. Esta quinta-feira, dia 9 de dezembro, foi aprovada em reunião de câmara a cedência do direito de superfície de uma parte do espaço ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça.

A proposta foi aprovada com os votos a favor da Coligação Nova Geração e do PS, sendo que o Chega e a CDU votaram contra. Para a vereadora da CDU, Joana Bonita, a construção do novo tribunal vai “tirar dinamismo” à sede de concelho. Já o vereador do Chega, Barreira Soares, não concorda que a autarquia ceda “a custo zero” o espaço ao Estado, tendo em conta o valor gasto na sua aquisição.

Recorde-se que o apeadeiro da Quinta das Torres foi desativado na altura em que foi desativada a antiga Escola da Armada. Nessa altura, o Estado decidiu localizar todas as atividades da Marinha na Base Naval do Alfeite, em Almada. Em 2020, a Câmara de Vila Franca demoliu três edifícios situados na antiga Escola da Armada, numa intervenção municipal que custou mais de 189 mil euros.