Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, admitiu que a autarquia está disponível para encontrar soluções para apoiar as cerca de 30 famílias residentes na Avenida Dr. Carlos Leal, na Castanheira do Ribatejo, e que estão em risco de ficarem sem casa.
Segundo o autarca, estas soluções passam pela atribuição de um subsídio para apoio ao pagamento da renda da casa, na mesma habitação ou noutra; e ainda por alojamento temporário numa habitação social da autarquia. O assunto foi debatido na última reunião do executivo, que se realizou na passada quarta-feira, dia 3 de novembro, na Castanheira do Ribatejo. Adelino da Paz, Carina Soares e Patrícia Silva são alguns dos munícipes que estão em risco de ficar sem casa a partir de janeiro e levaram o assunto à reunião.
Carina Soares recebeu, inicialmente, uma carta a comunicar a cessação do contrato, sendo que mais tarde recebeu uma proposta de renda de 680 euros, o que é incomportável para si, uma vez que tem quatro filhos, sendo um deles um bebé com trissomia 21, pelo que tem de pagar grande parte das terapias, que não são suportadas pelo Estado.
Esta moradora, que paga uma renda de 300 euros, disse ainda, na intervenção que fez na reunião de Câmara, já estar em desespero com a situação, uma vez que tem de deixar a casa onde habita atualmente no início de janeiro. Patrícia Silva, é outra das pessoas que está em risco de ficar sem casa e admitiu que está a aguardar uma resposta da Câmara Municipal desde fevereiro, época em que recebeu a carta a anunciar o final do contrato de arrendamento. Esta moradora, que está grávida e tem duas filhas menores, também partilhou a sua situação na mesma reunião de Câmara, lamentando ainda não ter tido nenhuma resposta por parte da autarquia.
As duas moradoras garantem que já contactaram, por várias vezes, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, no entanto, a única resposta que recebem é de que, neste momento, não existem casas municipais para atribuir. Contudo, as duas moradoras dizem ter conhecimento de casas, em Povos e na Castanheira do Ribatejo, que estão vazias e até de casos de pessoas que ocupam as habitações ilegalmente.
Sobre estas denúncias, Fernando Paulo Ferreira disse não estar a par da situação, mas garantiu ainda que vai apurar se existem casas vazias e se estas estão em condições de habitabilidade, assim como averiguar, em conjunto com os serviços da autarquia, se existem pessoas em situação ilegal.
Recorde-se que estas famílias da Castanheira do Ribatejo foram confrontadas com cartas do novo senhorio a comunicar aumentos de rendas superiores a 100%. A maioria dos inquilinos admite não suportar os novos valores e pedem a ação urgente da autarquia.