Alterações climáticas e transição justa em debate em Alhandra

Cerca de três dezenas de pessoas participaram, no passado domingo, dia 19 de setembro, numa sessão pública sobre as alterações climáticas que decorreu no passeio ribeirinho de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira.

A sessão, organizada pelo Bloco de Esquerda, teve como orador Tomás Hipólito do Climáximo, um coletivo ativista que luta pela justiça climática. “Queremos que as infraestruturas que são altamente poluentes fechem portas e que sejam criados empregos sustentáveis e para o clima”, frisou o ativista.

“A transição energética, que o planeta reclama, tem que ser uma transição justa que não pode deixar para trás os trabalhadores”, complementou o candidato do Bloco de Esquerda à União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, Alexandre Café.

Tomás Hipólito lembrou as conclusões do mais recente relatório do IPCC (sigla inglesa de Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), divulgado este verão, que alerta para o aumento da temperatura média do planeta, que irá aquecer 1,5 graus até 2030, mais cedo do que estava previsto, ameaçando a humanidade com novos desastres climáticos.

Alguns fenómenos globais já não poderão ser travados, como o derretimento das massas de gelo polares e a subida do nível médio das águas do mar, mas é possível mitigar alguns efeitos se ocorrer uma acentuada redução de emissões de CO2 em todos os setores de atividade.

Já o candidato à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira pelo Bloco de Esquerda, Carlos Patrão, deixou um alerta sobre um efeito local das alterações climáticas que terá consequências mais vastas. “A questão das alterações climáticas é altamente crítica para a nossa região que é uma das mais ricas em termos de produção agrícola e de biodiversidade”, alertou.

De acordo com os cientistas, o Mediterrâneo será uma das regiões mais vulneráveis às alterações climáticas, com impactos na agricultura, nas florestas devido aos incêndios e na disponibilidade de recursos hídricos.

Ao mesmo tempo, a situação do país, alertam, será agravada por eventos climáticos extremos, como ondas de calor conjugadas com secas associadas a condições de enorme redução da humidade e à subida do nível médio das águas do mar, fatores que causam potenciais cheias e galgamentos costeiros.

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