João Tremoço é o candidato do Partido Socialista à presidência da Junta de Freguesia de Vialonga e deu uma entrevista ao Correio da Região, onde partilhou a sua visão e as suas ideias para a freguesia.
É a primeira vez que se candidata?
Como cabeça de lista sim, é a primeira vez. Contudo, em 2017, fiz parte da lista do Partido Socialista à Assembleia de Freguesia de Vialonga e sou o atual Coordenador da Comissão Especializada Permanente de Assuntos Sociais da referida Assembleia de Freguesia.
Quais são as propostas da candidatura do Partido Socialista à Junta de Freguesia de Vialonga?
Apoiar as IPSS da freguesia na construção de respostas ao nível das estruturas residenciais para pessoas idosas, centros de dia e serviços de apoio domiciliário há muito em falta na freguesia. Por outro lado, há que reforçar e dinamizar uma agenda cultural na freguesia e reforçar o apoio ao movimento associativo, bem como incentivar a implementação de projetos inovadores.
Em adição, promover medidas que visem a sinalização e o respetivo controlo da população de animais abandonados. Relativamente a questões urbanísticas, criar bolsas de estacionamento; reforçar a limpeza urbana; renovar o mobiliário urbano, assim como eliminar barreiras arquitetónicas presentes no espaço público, tornando a freguesia acessível a todas e a todos.
O que falta à freguesia?
Acima de tudo, Vialonga precisa de uma nova visão, bem diferente daquela que tem tido nos últimos anos. Precisa de uma junta ativa, dinâmica e dialogante com os residentes.
A imagem de Vialonga precisa de ser reconstruída e modernizada. Neste sentido, o nosso compromisso é o de ter uma vila com mais identidade, mais competitividade, mais solidária e mais acessível. Só assim conseguiremos afirmar-nos no contexto metropolitano, ser mais atrativos, captar mais investimentos e gerar mais emprego.
Vialonga precisa de um presidente da junta que, apesar das suas limitações ao nível das competências e do orçamento, tenha engenho para encontrar as melhores soluções para a sua comunidade e capacidade negocial e de diálogo para trazer investimentos, bem como candidatar-se a projetos, aproveitando os parceiros locais e regionais.
Em adição, é necessária uma equipa multidisciplinar e com vontade de trabalhar para que seja possível desenvolver um projeto de futuro e uma nova ambição para a nossa vila, o que permitirá que possam ser construídos na freguesia equipamentos estruturantes, como a escola básica e secundária, as piscinas, a recuperação do palácio da Flamenga ou a valorização da Mata do Paraíso, só para citar alguns exemplos do que tencionamos implementar.
Como olha para o trabalho desenvolvido na freguesia até ao momento?
Tenho que responder que o trabalho dos últimos anos dos vários executivos com poder na freguesia, tem sido manifestamente insuficiente para melhorar a qualidade de vida dos Vialonguenses, bem como corresponder aos desafios da terceira maior freguesia do concelho. Em todos estes mais de 40 anos de sucessivos executivos, o rumo, a ação ou as ideias nunca mudaram, condenando Vialonga à estagnação, à inércia e ao imobilismo ao invés da evolução de forma sustentada.
Ao invés do foco ser no problema usando argumento da falta de recursos, o foco deve ser nas soluções. Por exemplo, o consecutivo aumento de despesas fixas na estrutura da junta poderá substituir-se solucionando o problema através da aposta na requalificação do espaço público. Por seu turno, há que assumir responsabilidades da junta, sem recorrência constante a culpabilização da Câmara.
Do nosso ponto de vista, o que importa é encontrar soluções para os problemas das pessoas e não estar exclusivamente com a preocupação de fazer oposição à Câmara! Em vez de dialogar, muitas vezes a JFV tem sido uma força de bloqueio, concentrando-se nos problemas e não nas soluções, o que tenciono alterar.
Em suma, é preciso mudar esta forma de pensar e de agir e é por isso que acredito ser possível, com a minha equipa, fazer muito mais e muito melhor, porque a população de Vialonga merece viver melhor, numa vila mais moderna e atrativa.
De que forma é que o PS poderá ser uma alternativa à gestão CDU?
É preciso pensar Vialonga de forma diferente, é preciso ter novas ideias e soluções de forma a resolver de forma efetiva os problemas das pessoas. Veja-se, por exemplo, a estrada principal de Vialonga (eixo Rua 1º de Maio / Rua Professor Egas Moniz / Rua Coronel Lobo da Costa), onde nem sequer conseguimos ter circulação pedonal (em muitos momentos nem sequer existem passeios).
É preciso estudar e elaborar um projeto para a transformação dessa rua em avenida urbana, arborizada e com melhor espaço pedonal. Por seu turno, também deverão ser aprofundadas as políticas de intervenção noutras infraestruturas viárias que facilitem e incentivem a opção por formas de mobilidade sustentável, seja a pé ou de bicicleta.
Outro aspeto a trabalhar é a ausência de uma verdadeira política no setor comercial tradicional de Vialonga, onde o exemplo mais claro é o mercado retalhista e a sua falta de dinamização. É urgente definir uma estratégia de apoio e desenvolvimento sustentado, bem como de valorização do comércio local, ajustado às dinâmicas e oportunidades contemporâneas, como é o caso da integração do e-commerce, de programas de animação comercial, de renovação e de melhoramento da comunicação, etc.).
No âmbito social (área esquecida pelo atual executivo), há que desenvolver políticas integradas, como soluções de habitação pública a custos controlados, como resposta a carências habitacionais, necessidades da classe média e dos jovens em particular (antecipando a sua emancipação), assim como de populações vulneráveis. Em adição, dinamizar esforços entre os vários agentes sociais com vista ao apoio e desenvolvimento de projetos de âmbito social e solidário, promovendo uma melhor resposta social na Freguesia.
Só para citar mais uma diferença, realçamos a necessidade de promover Vialonga numa lógica turística, através da marcação e divulgação de trilhos e rotas culturais e de natureza, também através de aplicações móveis, com uso de GPS, que permita a divulgação do património histórico, cultural, religioso, gastronómico e ambiental. A par disto, estudar a criação de um miradouro e respetivos acessos no Monte Serves ou na sua envolvente.
Quem é o João Tremoço? Porque é que decidiu aceitar o convite?
Eu sou alguém que sempre se dedicou a ajudar quem poderia ajudar, sejam amigos, vizinhos, família ou simplesmente pessoas inicialmente desconhecidas, tendo sido inclusive da direção de uma associação de apoio a sem-abrigo e pessoas mais carenciadas do nosso concelho, bem como apoiado outros movimentos associativos.
Sou alguém que acredita na mudança com trabalho e cada um a dar o seu contributo para as causas em que acreditamos, já que todos temos algo a ensinar e a aprender uns com os outros. Sou um vialonguense muito orgulhoso da sua terra que sempre se dedicou a dar o seu contributo e defender a minha vila, a nossa vila, colocando-a no lugar que merece, a de terceira maior freguesia do nosso concelho, com um imenso potencial, com história, com residentes que aqui veem o seu porto seguro.
Decidi aceitar o convite porque acredito na necessidade urgente de uma mudança nesta freguesia e acredito que, com uma equipa forte, com ideias e com uma clara vontade de trabalhar para construir um futuro melhor para a população de Vialonga, vamos conseguir corresponder às reais necessidades e problemas que existem.
Para tal, conto com o contributo não só da minha equipa, escolhida por mim de forma a conseguir cumprir com o que nos comprometermos, mas também conto com todos os habitantes que queiram dar o seu contributo para a evolução da nossa vila, pois nenhum presidente de junta deve ser mais do que a representação da população que o elege.